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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Péssimo Pai

Foto: plus.google.com

Péssimo Pai


Angústia e dor no peito
Remorso me pegando de jeito
Sofro por não ser um bom pai
Hoje perdi meu dia
Fugiu de mim toda alegria
Não me perdoo jamais

Fui criado de um jeito
Talvez não seja perfeito
Esse tipo de criação
Mas uma coisa eu aprendi
Meus pais jamais os repreendi
Sempre eles tinham razão

Desculpem por não saber criá-los
Talvez não soubesse educá-los
Do jeito que sempre quis
Sei que não sou perfeito
Só quero arranjar um jeito
De fazer vocês felizes

Sou rude e ignorante
Reconheço todo instante
Esse meu jeito de ser
Tenho pouca paciência
Disso tenho consciência
Jamais vou esconder

Desde o tempo de outrora
Revelo isso agora
Ter filhos isso jamais
Por força da natureza
Agora tenho certeza
Acho-me um péssimo pai

 Procuro estar por perto
Talvez não seja o certo
Há outras formas de amar
Pergunto-me onde falhei
O que foi que eu errei
Fico a me perguntar

Agradeço sempre a deus
A presença dos filhos meus
Ao meu lado todo momento
Quando acontece uma discussão
Fere e machuca meu coração
É infinito o sofrimento

Brigamos por besteira
Discutimos por bobeira
Cada um quer ter razão
Sem dar o braço a torcer
Um querendo o outro vencer
Só falta ter agressão

Isso muito me entristece
Pois na vida a gente esquece
Que um dia será pai
Assim como uma construção
Se não tivermos atenção
De repente a casa cai

Não devemos esquecer
Que pra gente nascer
Há sempre um genitor
Devemos a ele respeito
Não tratá-lo de qualquer jeito
Como se fosse um impostor

 Mesmo ele certo ou errado
Deixamos o orgulho de lado
E a ele obedecer
Com respeito sem reclamação
É assim a educação
Que todos deveriam ter

Aos pais devemos a vida
Não importa a ferida
Nem o tamanho da dor
Nas nossas dificuldades
Independente das enfermidades
É lá que encontramos o amor

Para os pais os seus filhos
Sejam presentes ou andarilhos
Sempre serão suas crianças
Estejam certos ou errados
Sem vícios ou viciados
Sempre renovam as esperanças

Mas nestes tempos modernos
Onde o céu e o inferno
Confundem-se a cada dia
Filhos dominam o genitor
Os desprezam sem pudor
Pai não tem mais valia

Pois tenho os meus defeitos
Mas sei o que é direito
Não sou um bom exemplo
Pela experiência de vida
É possível sarar uma ferida
Quando ainda temos tempo

E sofro com meu tormento
Expondo meu descontentamento
Mas tenho os pés no chão
Numa página de papel
Sinto o gosto do fel
Após uma verbal agressão

Espero que seja a última
Não existem mais desculpas
Por essa brutal atitude
Depois que os filhos crescem
Donos da verdade parecem
Não compartilho essa virtude
  
Venho aqui pedir desculpas
Pois também eu tive culpa
O agredi com palavrão
Mas após essa intriga
Ser chamado para a briga
A raiva é menor que o perdão

Mesmo assim filho querido
Com sinceridade lhe digo
Sempre irei lhe perdoar
Eu erro e continuo errando
Faz parte do crescimento humano
E pra sempre irei te amar

Não lhe quero mal e sim o bem
Amor igual ao meu não tem
Estarei sempre ao seu lado
Não importa a ocasião
Seja inverno ou verão
És pra mim um filho amado

Sofro com sua indiferença
Isso pra morte é uma sentença
Dói a dor do coração
Não devemos ser intrigados
Pois as dívidas do passado
Nós pagamos com o perdão

Vou ser breve e sucinto
No que vou escrever
Não sei se vai resolver
É verdade não minto
Pra finalizar o que sinto
Escute o que vou dizer
Estou cansado de sofrer
Pra acabar essa tortura
Decepção e amargura
Peço a deus pra morrer.

AUTOR: JOABNASCIMENTO
DATA: 24/03/12
Recanto das Letras: JOABNASCIMENTO
Blog: joaobnascimento55.blogspot.com
Twitter:@ljoaobatista

Um comentário:

  1. Morrer não é a solução. Quando Deus nos confia os filhos é porque estamos prontos para carregar.
    Muita paz e paciência meu amigo.

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