foto

foto
joaobnascimento

domingo, 17 de janeiro de 2016

O Sertanejo



foto: emtempo.com.br

O Sertanejo

Na sela do seu cavalo
O sertanejo se equilibra
Preparado para a briga
E pela vida lutar
Sob o sol escaldante do nordeste
Do solo seco e quente do agreste
Ele tira o sustento de lá

No seu olhar o infinito
No seu rosto só esperança
Sonhando que nem criança
Em um dia encontrar
Um pouco d’água e fartura
Pra acabar com tanta tortura
Que ronda o povo de lá

Naquele chão duro e batido
Ele cavalga hora por hora
Lembra-se do tempo de outrora
Cada palmo daquele chão
Quando criança bem menino
Já crescido e rapazinho
Em busca de água e de pão

Da sua casinha de palha
Que o pai nem chegou a acabar
Da sua mãe sempre a rezar
Rogando chuva no chão
Da luta forte e constante
Da mente não sai um instante
O choro de fome dos irmãos

Seus pensamentos viajam
Na velocidade da luz
Mas no peito ele conduz
Muita obstinação
Lembra com dor e saudade
De não ter tido oportunidade
De uma boa educação

Conhece de tudo um pouco
Através da informação
Do seu radinho de mão
Que tem pra escutar
Longe de todos e de tudo
É feliz porem, contudo.
Não tem maldade no olhar

No chão duro daquela terra
Ele cavalga todo dia
No rosto tristeza na boca alegria
Com vontade de voltar
O sol na testa ardendo
A barriga de fome gemendo
Mas a vontade de continuar

Ele naquela terra seca
Com força e disposição
Adubando aquele sertão
Com vontade de vencer
Semeando aqueles grãos
Muito suor e calos nas mãos
Um dia esperando chover
  
Mas a vida do sertanejo
Sem expectativa e futuro
É como bater a cara no muro
Sem saber se vai vencer
Mas lá de cima deus é nobre
Pra encorajar a vida do pobre
Uma gota d’água faz descer

Já é o suficiente
Pra sua vida melhorar
Pois uma gota faz vibrar
O fundo do seu coração
A fé não lhe abandona
Ao contrario é sua dona
É luz na escuridão

Se a cada segundo do dia
Uma gota caísse no chão
Dando vida aquele torrão
Uma árvore nasceria
Mas o sol volta a queimar
A terra só tende a tostar
A tristeza não traz alegria

É duro ter que lembrar
A luta do homem e o tempo
Pois o nosso pensamento
Só tristeza nos traz
Dos nossos passados tristonhos
Só pesadelos e sonhos
Mas nada nos satisfaz

Falar do sertanejo
Dói a dor do coração
É como se o nosso chão
Se abrisse ao nosso redor
Pois muitos de nós esquecemos
A vida que um dia tivemos
Talvez fosse bem pior

Deus fez a terra e a lua
Fez a natureza e o mar
Fez o campo pra nos alimentar
Saciar as necessidades
Mas o homem e o capitalismo
Só nos trouxe o egoísmo
Chagas da humanidade

Venho por obrigação
Inspiração divina
No corpo já tenho a vacina
Pra do homem do campo falar
Espero com sinceridade
Que essa nossa humanidade
Tenha uma solução
Tirar dessa escravidão

Aquele homem rural
Livre do bem e do mal
Que nem sabe bem falar
Que trabalha para o sustento
Desse povo tão sedento
Com toda alimentação
Mas juro de coração
Se eu tivesse o poder
Um dia só iria vencer
Quem ara e planta o chão.

AUTOR: JOABNASCIMENTO 
DATA: 06/09/10
Blog: joaobnascimento55.blogspot.com
Recanto das Letras: JOABNASCIMENTO
Twitter: @ljoaobatista

Nenhum comentário:

Postar um comentário