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domingo, 17 de janeiro de 2016

O Bêbado E A Mulher De Preto

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O Bêbado E A Mulher De Preto

Um bêbado cambaleante
Andava sem destino
Avistou um estabelecimento
Entrou como clandestino
Passando despercebido
Entrou bem de fininho

Infiltrou-se entre os presentes
Tentando não ser notado
Sem saber onde estava
Pra não ser importunado
Observando calmamente
O local movimentado

Ficou isolado num canto
Esperando a música tocar
Ouviu uma suave melodia
Preparou-se para dançar
Só faltava uma cachaça
E cigarro pra fumar

Cambaleando sobre as pernas
Dirigiu-se a uma senhora
Ela logo se afastou
Bem rápido sem demora
A mesma vestida de preto
Ao olhar o ignora

Mesmo assim irredutível
Com soluço bem irritante
Parecia irredutível
Insistente implicante
Sua voz embaraçada
Lhe falou naquele instante

Senhora me dá o prazer
De me acompanhar nessa dança?
A senhora de repente
Estufou o peito e a pança
Ouviu um não tão sisudo
Acabando as suas esperanças

Eu não vou dançar contigo
Os motivos eu vou falar
 Primeiro é que está bêbado
Nem em pé pode ficar
Sujo e bem fedorento
Com cheiro forte de gambá

Segundo aqui é um velório
Não é boate e nem divertimento
Nem boteco de esquina
De viciados e sedentos
É um momento de tristeza
Muita dor e sofrimento

Terceiro não se dança o pai nosso
A música é uma oração
Respeita a palavra de deus
Tenha mais educação
Saia já desse lugar
Vá a deus pedir perdão

O quarto é que sou padre
Isso o senhor não viu
Se viu, não percebeu
Ou então muito fingiu
Se comporte como cristão
Madame é a puta que o pariu.

AUTOR: JOABNASCIMENTO
DATA: 03/05/15
Recanto das Letras: JOABNASCIMENTO
Blog: joaobnascimento55.blogspot.com
Twitter: @ljoao batista

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