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joaobnascimento

domingo, 17 de janeiro de 2016

A Revolta dos Animais

Foto: colegioweb.com

A Revolta dos Animais

Certo dia o rei da selva
Insatisfeito com sua juba
Resolveu ir até deus
Reclamar e pedir ajuda
Tudo isso porque ele não sabe
Como aquilo lhe perturba

Um calor muito enorme
Batia em seu pescoço
Aquele monte de pelos
Exigia-lhe muito esforço
 era sufoco aquele calor
Enfrentar isso era osso

Pois vivia numa região
Muito quente sem umidade
Tinha que buscar um lago
Um lugar fresco de verdade
Com dificuldade ele mantinha
Seu título de majestade

Deus com sua sabedoria
Respondeu-lhe sem titubear
A sua marca registrada
Não poderia retirar
Aquela juba era sua coroa
Pra todos lhe identificar

Pois ele é o rei da selva
O mais valente dos animais
O chefe supremo de todos
Com poder muito voraz
Se agora lhe tirasse a juba
O respeito não tinha mais

 a girafa sabedora
Que o rei leão foi reclamar
Sentiu-se no seu direito
Queria também reivindicar
Se os direitos são iguais
Não custaria tentar
  
Porque ela nasceu
Com aquele pescoço gigante?
Algo bem descomunal
Como a tromba do elefante
Que pesava um absurdo
Incomodava lhe todo instante

Deus do alto da sua sabedoria
Deu-lhe razão até demais
Falou com sapiência
Com seu olhar perspicaz
Só mostrou as suas vantagens
Entre os outros animais

Só comia os brotos das árvores
Bem no alto dos seus galhos
Alcançava lugares difíceis
Absorvia os primeiros orvalhos
Seu pescoço era livre
Não precisava de chocalhos

Além de poder ver e informar
Conservar sua vaidade
Os ataques e acontecimentos
Que rondava toda comunidade
Era uma protetora de todos
Com grande utilidade

Era também seu meio de defesa
Pois seu pescoço era uma potencia
Com sua força descomunal
Servia de referência
Enfrentava seus adversários
Com muita força e resistência

A girafa se sentiu
Mais útil na sua jornada
Aceitou com todo orgulho
Essa desculpa esfarrapada
Saiu bem satisfeita
Com sua vaidade elevada
  
O senhor elefante
Que lá não pode entrar
Seu peso descomunal
Nada iria suportar
Devido ao seu tamanho
Queria também reclamar

Era muito difícil viver
Com aquela tromba de nariz
Deus lhe presenteou
Mas ele sempre não quis
Os pés eram quatro bolas
Não era um ser feliz

Deus com serenidade
Mandou recado no instante
Pra ele ver as vantagens
De ser um animal possante
Falando do privilégio
Que só tinha o elefante

Aquela tromba eram seus braços
Uma ducha d’agua potente
Protegidos por duas presas
Cada qual mais eficiente
Pra suportar todo seu peso
Suas bases eram bem resistentes
  
O elefante aceitou
Com muita resignação
Saiu de lá satisfeito
Cantando uma linda canção
Sua felicidade voltou
Alegrando seu coração

E assim aconteceu
Com vários outros animais
Fizeram várias reuniões
Tudo dentro da paz
Nenhum estava satisfeito
Resolveram reclamar mais

Depois de uma conversa
Do cágado, tartaruga e jaboti.
Eles se acharam no direito
De também ir lá exigir
Estavam já sufocados
Essa carcaça teria que sair

Era um grande incômodo
Carregar aquela carcaça
Porque deus não livraria
Todos da sua raça
Só eles carregavam isso
Parecia até pirraça
  
Deus mais que depressa
Respondeu na ocasião
Quantos precisam de abrigo
Vivem ao léu na vegetação
Vocês por privilégio
Tem casa própria e proteção

 Todos ficaram satisfeitos
Com egos elevados
Cada um mais contente
Com o que tinham escutado
Se todos lutavam por abrigo
Eles eram privilegiados

O macaco com seu rabo
A tartaruga com seu casco
A cobra que não tinha pernas
O tatu que vivia no buraco
Eram muitas reivindicações
Coisas de encher o saco

As exigências prosseguiram
Alguns mais insistentes
Os peixes que moravam na água
Os pinguins um lugar mais quente
Os urubus que comiam podridão
Nenhum animal estava contente

A reivindicação foi geral
Não tenho como aqui relatar
Uma fauna sem tamanho
De idade milenar
Mas a revolta da galinha
Não posso deixar de contar

Por ser uma reprodutora
Do terreiro a matriarca 
Ela estava muito revoltada
Achava-se uma babaca
Por que só ela podia
Fazer tudo pela cloaca

Saiu do terreiro disposta
Com o sangue começando a ferver
Invadiu a sala de deus
Entrou sem ao menos bater
Apontando pra ele o dedo
Falou sem nada temer

Já que não tem mais jeito
De acabar com esse tormento
Ela já estava exausta
Por esse modo nojento
Diminua o tamanho do ovo
Pra amenizar meu sofrimento

Deus com sua sabedoria
Na velocidade da luz
Falou minha filha querida
Escute o que lhe propus
Você aceita trocar
 de lugar com a avestruz

Rapidamente ela recuou
Agradeceu tudo que tinha
Agora pensado melhor
Nunca mais aqui ela vinha
Jamais queria ser avestruz
Estava satisfeita em ser galinha

Ela muito envergonhada
Voltou pro seu galinheiro
Botou logo seu ovo
No galo deu logo um cheiro
Carente do aconchego
Do seu fiel companheiro.

Reclamamos de tudo à toa
 e assim também vivemos
Só o outro tem vida boa
Não valorizamos o que temos
Só colhemos o que plantamos
Mesmo assim ainda achamos
Que não temos o que merecemos.

Autor: joabnascimento
Data: 31/05/13
Recanto das letras: joabnascimento
Blog: joaobnascimento55.blogspot.com

Twitter: @ljoaobatista




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