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domingo, 17 de janeiro de 2016

Desafio Para a Morte

Fonte: youtube.com

Desafio Para a Morte

Publiquei um recado
No rádio e na internet
Pra um cabra da peste
Que está a me ameaçar
Falei pra ele
Se for valente e destemido
Não tiver medo do perigo
Pra vir me encontrar

Não sou valente
Nem mais homem do que ninguém
Mas existe um, porém.
Nenhum macho me mete medo
Esse cabra ameaçador
Que está falando besteira
Meteu-se numa fogueira
Que não se apaga tão cedo

Qualquer dia qualquer hora
Estarei a esperar
Na praça do meu lugar
É só marcar o dia
Escolha a arma pra lutar
Estarei bem preparado
Com certeza bem armado
Matarei lhe com alegria

Eu soube por pessoas
Que o motivo da ameaça
Dar até pra achar graça
Quando eu revelar
Vou manter esse segredo
Revelarei no final
Pois não vai ser legal
O mistério desvendar

Tem um cabra na cidade
Por nome de Juvenal
Feio com cara de mal
Dizia-se muito valente
Morava nas redondezas
Sozinho sem família
Numa tapera sem mobília
Traiçoeiro que nem serpente

Esse tal Juvenal
Criava porco cabra e galinha
Roubava água da vizinha
Para sede dos bichos matar
Não tinha amizades
Não falava com ninguém
Arranjava confusão também
Com todos do seu lugar

Muito alto e magro
Desdentado e narigudo
Tinha o rosto barbudo
Pra esconder mais a feiura
Com os pés descalços
Nunca usou um calçado
Sem banho descabelado
Esse é o tipo da figura

A origem desse caboclo
Ninguém sabe ninguém viu
De onde ele surgiu
Pra todos é um mistério
Só sabe andar armado
Com uma arma na cintura
Desafia qualquer criatura
Carrancudo e muito sério

Certo dia um ladrão
Entrou no seu quintal
Escolheu um animal
E levou para vender
Eu sem saber de nada
Na hora fui passando
Dei o preço fui comprando
O animal para comer

Assim que ele soube
O que tinha acontecido
Seu animal tinha sumido
Foi em busca do ladrão
Nunca mais encontrou
O ladrão tão procurado
Furioso e chateado
Desafiou a multidão
  
Passado certo tempo
Do que tinha acontecido
Eu já tinha esquecido
Do animal que comprei
Falaram para o caboclo
Que eu fui o comprador
Ele me ameaçou
Por isso o desafiei

Acontece que o animal
Envolvido nessa confusão
Era de sua estimação
Com ela tinha intimidade
Servia-lhe de mulher
Saciava as suas vontades
Aliviava sua sexualidade
Nos seus gestos só maldade

Esse pobre animal
Que comprei para comer
Só me fez arrepender
Por essa participação
Era a cabra Juventina
Animal pronto para o corte
Grande e muito forte
É o motivo da confusão

Com a perda da “mulher”
O cabra ficou furioso
Cada vez mais perigoso
Com a sua “viuvez”
Viver na solidão
Ele jamais concordava
Qualquer um desafiava
Eu era a bola da vez

Foi lançado o desafio
Pra ele mandei o recado
Pois sou um homem honrado
Não temo cabra nenhum
Espero que ele venha
Pois estou com o seu veneno
O mundo ficou pequeno
Só tem lugar pra um

Juvenal ao receber o recado
Ficou muito furioso
Disse não ser cabra medroso
E topou o desafio
Preparou as ferramentas
Marcou a hora e lugar
Lá estava a me esperar
Sua vida estava por um fio

Chegou o dia do encontro
Eu também me preparei
Minhas armas eu afiei
Amoladas que nem navalha
Fiquei a esperar o cabra
Ele veio preparado
Um facão rabo de galo
Pra mim já apontava

Assim que ele partiu
Pra cima de mim eu recuei
Com um golpe eu acertei
Sua barriga no ato
Ele caiu gemendo de dor
Com cara de sofrimento
Eu logo parti pra dentro
Arranquei logo seu fato

Juvenal sangrando muito
Pediu pra eu não lhe matar
Sua vida não tirar
Pois já era um homem vencido
Eu como não sou covarde
De imediato recuei
Sua vida eu poupei
Ele estava arrependido

Foi levado para o hospital
Assim mesmo escapou
Nunca mais ele voltou
Pra cidade com certeza
Para o delegado me apresentei
Relatei todo o fato
Ele logo de imediato
Alegou legítima defesa.

AUTOR: JOABNASCIMENTO
DATA: 12/05/15
Recanto das Letras: JOABNASCIMENTO
Blog: Joaobnascimento55.blogspot.com
Twitter: @ljoaobatista

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