A chegada do Padre e o Motorista ao Céu

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A chegada do Padre e o Motorista ao Céu

Todo dia de manhã

Muito cedo ele acordava

Para o trabalho caminhava

Pra pegar na direção

Seu ônibus sempre conservado

Muito limpo e arrumado

Chamava de todos a atenção

O motorista era um senhor

Por nome de Zé Maria

De tudo ele sorria

Vivia de bem com a vida

Muito alto e elegante

Relógio e cordão brilhante

Sem vicio de cigarro e bebida

Com mais de trinta anos de estrada

Nas ruas daquela cidade

Sempre em alta velocidade

Pra manter o seu horário

Todo povo o conhecia

Na empresa bem sabiam

Ser ele um bom funcionário

Nunca teve um incidente

Apesar de muito arrojado

Sempre andar muito apressado

Era um ás no volante

Muito hábil e corajoso

Destemido e perigoso

Adrenalina a todo instante

Todos os seus passageiros

Até aprenderam a rezar

Tinham medo só de pensar

No que poderia acontecer

Ninguém jamais escaparia

Até a sombra morreria

Caso viesse a bater

  

Também na cidade existia

Um homem bem popular

O povo ficava a admirar

Suas obras de caridade

Era um padre franciscano

Por nome de Herculano

Querido por toda cidade

Na capela da cidade

Que ficava na periferia

Todo dia ele fazia

Suas missas e orações

Batizado e casamento

Confissão e sacramento

Novenas e procissões

Um dia em certo momento

Quando o sinal abriu

O ônibus arrancou e partiu

Em alta velocidade

Só que o motorista não sabia

Que era justo naquele dia

A hora da grande verdade

O padre de certa idade

Com certeza não atentou

Para o sinal e atravessou

Justo naquele momento

O ônibus não pôde parar

Até mesmo tentou frear

Mas o choque foi violento

A vítima atingida em cheio

Atravessou o para-brisa

Atingindo o motorista

Com tamanha brutalidade

O socorro veio sem demora

Mas morreram na mesma hora

Sem ter uma oportunidade

Chegando os dois lá no céu

São Pedro os recebeu

Sem demora os atendeu

Dando logo a sua decisão

O motorista para o céu entrou

Para o purgatório o padre enviou

Pra haver purificação

Indignado o padre perguntou

Qual critério ele usou

Pois o motorista o matou

E entrou no céu primeiro

Se lá na terra ele pregava

O evangelho e ainda cuidava

Das suas ovelhas e o mosteiro

São Pedro com sua sabedoria

Respondeu-lhe sem demora

Veja o que tenho agora

Nas mãos pra lhe mostrar

O céu está modernizado

Trabalho com resultado

E agora vou lhe provar

Nas suas missas matutinas

Todos os seus seguidores

Crianças, senhoras e senhores.

Passavam a missa dormindo

Alguns até ficavam de olho aberto

Sem ter Jesus por perto

Sabiam que estavam fingindo

Enquanto isso o motorista

Com sua periculosidade

Sempre em alta velocidade

Dormir ninguém conseguia

Todos rezavam sem parar

Com Jesus no seu pensar

Rogavam a deus um bom dia

O padre envergonhado

Baixou a cabeça e aceitou

Para o purgatório caminhou

Pra cumprir a purgação

Muito triste e desapontado

Devia ter tido mais cuidado

Com o povo e sua missão.

O motorista muito feliz

Não sabia bem o por quê?

O que tinha feito pra merecer

Estar naquele lugar

Aproveitando a oportunidade

Estava bem à vontade

Com Jesus a lhe confortar.

AUTOR: JOABNASCIMENTO

DATA: 19/05/14

Recanto das Letras: JOABNASCIMENTO

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