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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

O Paciente Da Enfermaria

Foto:entretenimento.r7.com

O Paciente Da Enfermaria

Aconteceu num hospital
De uma certa cidade
A história eu conheço
Não sei se é verdade
Se for mentira perdoe
Pois falei de boa vontade

Num leito da enfermaria
Encontrava-se um homem
Há muito tempo internado
Não sei dizer o nome
Que chegou agonizante
Desnutrido e muita fome

Os médicos de plantão
Visitavam lhe diariamente
As enfermeiras de serviço
Atendiam-lhe cordialmente
Entrava e saia gente
Ele permanecia ali doente

Tentava sem sucesso
Mas ninguém nada dizia
Que mal que ele tinha?
Também ninguém respondia
Será se estava chegando
Da sua morte o grande dia?

De onde veio se tinha parentes
Não sabia, não lembrava.
Estava ali sempre sozinho
Ninguém nunca lhe visitava
O que tinha lhe acontecido
Isso sim lhe torturava

Tomava os tais remédios
Tudo dosado na hora certa
A comida balanceada
Parecia estar de dieta
Mediam sua pressão
Que estava sempre correta

Os dias foram passando
Semanas, meses e ano.
Será se ninguém via
Esse ato desumano!
No fundo ele sabia
Está ali por engano

Esse tal doente
Era bem comunicativo
Conquistou todo mundo
Com seu papo criativo
Além de muito educado
Era simpático e atrativo

As enfermeiras gostavam
De ficar do lado dele
Papeavam a vontade
Sentiam atração por ele
Com o tempo de contato
Começou o desejo nele

Ele, malandro e esperto.
Começou a conquistar
Aumentou a intimidade
Com o desejo no olhar
Aos poucos foram aumentando
As carícias e o apalpar

Tinha uma enfermeira
Muito bonita e elegante
Solteira sem compromisso
Carente e palpitante
Que logo se interessou
Em ser uma de suas amantes

Assim no primeiro dia
Que ela se aproximou
Ao tocar nas suas partes
Muito alegre se assustou
Com o tamanho do negócio
Aí sim que ela gostou

O tempo foi passando
E eles nesse chamego
Toda hora no banheiro
Ficavam nesse aconchego
Também tinha para as outras
Ele não pedia arrego

Até que um dia surgiu
Uma grande oportunidade
De descobrir esse mistério
E saber toda verdade
Porque não lhe deram alta
Tirando-lhe a sua liberdade

Ligou do telefone
Que tinha na enfermaria
Do outro lado da linha
Alguém disse bom dia
Perguntou o que desejava
Qual a ajuda que pedia

Respondeu que queria saber
Como estava um paciente
Que há muito estava internado
E se ainda estava doente
Ou se já tinha morrido
Deixando saudade pra muita gente

A enfermeira muito inocente
Pediu pra ele esperar
Chamou o médico de serviço
Pra ele lhe respostar
Qual a real situação
Que o paciente poderia estar

O médico muito educado
Respondeu prontamente
Que a pressão estava ótima
A glicose controladamente
Que nada de anormal
Tinha aquele paciente

O médico quis saber
Porque a tal preocupação
Se era alguém da família
Ou amigo de coração
Pois em todo aquele tempo
Não houve nenhuma ligação

Do outro lado da linha
A pessoa se identificou
Dizendo ser o próprio doente
E porque motivo ligou
Que estava já indo embora
E o telefone desligou

O médico e a enfermeira
Ficaram muito assustados
Correram pra enfermaria
Mas nada foi encontrado
A cama estava vazia
E o colchão bem arrumado

As amantes do doente
Ficaram apavoradas
Já estavam com saudades
Dos carinhos na noitada
Aonde iriam arrumar
Outra ferramenta avantajada

Assim como chegou
Fugiu sem ninguém saber
Seu nome e o paradeiro
Nem o que iria fazer
Só deixou muita saudade
Nas amantes, mais vontade.
Dos momentos de prazer.

AUTOR: JOABNASCIMENTO
DATA: 17/09/14
Recanto das Letras: JOABNASCIMENTO
Blog: joaobnascimento55.blogspot.com
Twitter:@ljoaobatista

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