foto

foto
joaobnascimento

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

O Que Restou De Mim?

Foto:taringa.net

O Que Restou De Mim?

Vejo-me no espelho
E sinto refletir a minha imagem
Um homem que já foi feliz
Teve tudo e não quis
Hoje vive triste e sem coragem
Por ter jogado tudo fora
Sem ao menos avisar
Vejo nos meus olhos o olhar enviesado
Como se não quisesse me encarar
Alguem que tem vergonha
De querer me olhar
Mesmo sabendo que não tenho
Razão nenhuma pra recriminar
Não gosto do espelho e nem fotos
Eles só me mostram o que estou sentindo
Revelam a tudo e a todos
O quanto meu coração vive sofrendo
Nesse momento sinto algo bem pesado
Com uma força descomunal
Batendo em meu rosto desfigurado
Destruindo de vez a minha moral
O meu olhar no meu
Recrimina tudo que eu fiz e o que não fiz
Agindo covardemente escondido
Atitudes que deveria ter tomado e não quis
Ferindo o amor dos outros bem feridos
Abrindo chagas enormes e profundas
Nos sentimentos de quem me rodeou
Aos poucos foram ficando moribundas
Maltratando corações
Que de corpo e alma pra mim se entregaram
Pessoas que sem ter motivos me amaram
E que vi fugir tudo que um dia ganhei
Ganhei e pensei amar, mas somente maltratei.
Hoje a amargura fez união
Com o desprezo e a solidão
Atormentam-me cobrando tudo o que perdi
Colocando uma pedra no lugar do meu coração
Meu mundo hoje está envolto com o silencio
Tento esquecer, mas o pensamento não esquece
As angustias incessantes são meus tormentos
E de tristeza meu corpo aos poucos padece
Tento me olhar no meu olhar
E ver realmente o que restou de mim
E descubro que sou mais um desmiolado
Rogando súplica pedindo para o tempo voltar
E tudo o que foi perdido tentar recuperar
Encontro-me no meu esconderijo
Bem pequeno e aconchegante
Sentindo a tristeza marcante
Invadindo a minha consciência
Chegando a ter uma demência
Por estar só sem ninguém pra conversar
Envolto na tristeza do meu lar
Imploro na imagem da Tv
Alguém que fale o que quero saber
E preencher esse vazio atormentador
Tudo isso é a falta de um amor
Que chegou, mas na mesma velocidade se afastou
Tão rápido igual a um piscar dos olhos
Igual à escuridão no apagar das luzes
Sinto-me preso numa tranca sem ferrolho
Mas vejo a dura realidade
Que não existe mais a oportunidade
Que me foi dada e joguei na lama
Somente o teto e o colchão da minha cama
São testemunhas do estremecer
Deste corpo triste que vive a sofrer
Por pensar que era o grande dono da verdade.

AUTOR: JOABNASCIMENTO
DATA: 01/02/14
Recanto das Letras: JOABNASCIMENTO
Blog: joaobnascimento55.blogspot.com
Twitter:@ljoaobatista

Nenhum comentário:

Postar um comentário