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sábado, 20 de fevereiro de 2016

Malandros Espertos

Foto:youtube.com

Malandros Espertos

Dois amigos inseparáveis
Todo dia estavam num bar
Marcavam hora exata
Pra beber e se encontrar
Essa rotina já tinha anos
Assim viviam a vagar

Onde um estava
O outro estava também
Era mais fácil não os encontrar
Do que os encontrar com alguém
De segunda a domingo
Não tinham dó de ninguém

Eles se achavam espertos
Cada um mais sabichão
Se testavam toda hora
Em qualquer ocasião
Tentando passar a perna
E depois ter mais razão

Todos que os conheciam
Já foram por eles testados
Na maioria das vezes
Foram todos enrolados
Raramente existia alguém
Que não fosse enganado

Certa vez viajaram
Pro festejo de uma cidade
Na esperança de ganhar
Dinheiro com facilidade
Fruto da esperteza
Sabedoria e malandragem

Eles eram bem malandros
E também uns trambiqueiros
Faziam qualquer trambique
Também eram arengueiros
Quando achavam um inocente
Tomavam todo seu dinheiro
  
Até entre os dois
Existia uma disputa
Qual era o mais esperto?
Quem ia vencer esta luta?
O fruto de todo trambique
Era resultante de truta

O outro passava a perna
Se um desse bobeira
Não existia confiança
Muito menos brincadeira
Cada passo dado em falso
Era motivo de zoeira

Na volta dessa viagem
Aconteceu um acidente
O ônibus deles virou
Matando muita gente
Os dois muito feridos
Ficaram muito doentes

Os dois pra variar
Não resistiram aos ferimentos
Morreram no mesmo instante
Com o mesmo sofrimento
Partiram no mesmo momento
Com destino ao firmamento

Chegando lá no céu
Foram visitar São Pedro
Lembraram-se das falcatruas
Ficaram cheios de medo
De repente apareceu
E foi logo apontando o dedo

São Pedro falou pros dois
Aqui não podem entrar
Estão todos muito sujos
Um banho vai ter que tomar
Se lavem pra falar comigo
Ou terão que voltar
  
Ali fora tem dois tambores
Um com merda outro com mel
Quem fizer a escolha certa
Poderá entrar no céu
Ficarei vigiando tudo
Não tomem banho a granel

O primeiro mais que depressa
Deu ao outro uma rasteira
Escolheu o tambor com mel
Não iria dar bobeira
É melhor ficar bem doce
Do que fedido a vida inteira

O outro sem alternativa
Na merda foi se lavar
Muito sério e irritado
Com a bobeira que foi dá
Agora a sua dívida
Teria que logo pagar

Quando terminaram o banho
Falaram: Pedrão vem cá
Traga logo essa toalha
Pois queremos nos enxugar
O mau cheiro é muito grande
Não consigo respirar

São Pedro falou com calma
Toalha ali não haver
Pra eles se enxugarem
E fazerem por merecer
Provando a sua amizade
Um ao outro tem que lamber

A moral dessa história
É que nem o fio de uma navalha
Temos que viver com honestidade
Não adianta ser canalha
Todo malandro muito esperto
Uma hora se atrapalha.

AUTOR: JOABNASCIMENTO
DATA: 22/06/15
Recanto das Letras: JOABNASCIMENTO
Blog: joaobnascimento55.blogspot.com
Twitter: @ljoaobatista

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