Não Dá Pra Acreditar Ne?

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Não Dá Pra Acreditar Ne?

Eu não consigo entender

O que prega a escrita santa

Dá-me um nó na cabeça

Minhas dúvidas são tantas

São tantos mistérios inexplicáveis

Que me dá um nó na garganta

De acordo com o que está escrito

Um casal o paraíso habitou

Dizem ser no início do mundo

Mas ninguém não registrou

A data também eu não sei

Nem quanto tempo aqui morou

Sua origem e seu passado

Ninguém sabe explicar

Foram feitos de barro

De argila ou o que sei lá

Surgiram assim do nada

Como posso acreditar?

Pra complicar ainda mais

O meu entendimento

Dizem ter cometido um pecado

E quebrado um juramento

Comeram tal maçã

Pecando nesse momento

Desse pecado nasceram

Dois filhos Caim e Abel

Dois filhos de um casal

Que viviam ao léu

Um com inveja do outro

Mandou o irmão para o céu

  

O assassino foi embora

Pra uma cidade desconhecida

Se existia outra cidade

Também existia vida

Lá ele casou com uma jovem

Que ali tinha nascida

Agora embolou tudo

Deu um nó nesse instante

Como existia outro lugar

Se os únicos habitantes

Era o casal e seus filhos

Não tinham outros imigrantes!

Tinham-se outros habitantes

O casal não foi o primeiro

Segundo o que profanam

Para todo mundo inteiro

Mas como explicar esse fato

Se o filho fugiu solteiro!

Ou será se seus pais

Tiveram uma filha, porém.

E ele casou com sua irmã

Cometendo um pecado também

Ou então ela surgiu do nada

Ou de uma sombra virou alguém

Será se é por isso

Que somos tão pecadores

Desde o início de tudo

Cometemos horrores

Nascemos e morremos no pecado

Vivemos amarguras e dissabores

São mistérios de deus

É o que tentam justificar

Interesses doutrinários

Que não interessam explicar

Cabe aos cegos de natureza

Baixar a cabeça e aceitar

São dogmas do passado

Doutrinas ludibriantes

Que escondem as verdades

De algo tão relevante

Por interesse materiais

Querem todos ignorantes

Acredito muito em deus

Ser imutável e perfeito

Pai de amor e caridade

Com justiça e direito

Esconder todas as verdades

É com ele um desrespeito

Como pode um simples planeta

Dentre milhões no universo

Viver no quintal de uma galáxia

Sem destaque, disperso.

O único com ser inteligente

Você acha isso o certo?

Na cauda do cometa

A terra é um pequeno grão

Lá no fundo do quintal

Do tamanho de um feijão

Dentre todos existentes

É mais um em um bilhão

No meio de tantas galáxias

E muito mais desenvolvidas

Contendo milhões de planetas

Numa velocidade incontida

Com estruturas mais sólidas

Será se não existem vidas?

Só o nosso minúsculo planeta

Muito pequeno e acanhado

Foi o único merecedor

Pra ser logo habitado

Pra ter vida inteligente

Foi o único contemplado?

Será que antes desse casal

Que comeu a maçã e pecou

Já existiam outros habitantes

E ninguém não revelou!

Ou são mistérios de deus

Segredos do nosso senhor!

E como pode a nossa terra

Com imensos continentes

Dentro de um pequeno paraíso

Ter apenas dois sobreviventes

Que foram feitos de argila

Representando toda gente

Um foi feito de barro

O outro da sua costela

Além de uma fantasia

É mais que uma balela

História pra boi dormir

Uma grande bagatela

Temos a nossa inteligência

O único ser vivo pensante

E não queremos raciocinar

Achamos isso irrelevante

É mais fácil acreditar

Naquele emissário falante

Iludimo-nos com facilidade

Pra analisar temos preguiça

Dá muito trabalho pesquisar

Ir para o céu é uma conquista

Queremos facilidades

Nas doutrinas altruístas

Compramos cadeira cativa

Pra está ao lado do senhor

Logo depois de morrer

Obedecemos ao seu clamor

Até parece que deus

É mais um corretor

Se pararmos pra pensar

Nesse meu questionamento

Vai ter muito desespero

E muito arrependimento

Muitos vão perder as cadeiras

Que compraram no firmamento

Não tenho nada contra as doutrinas

Pois todas são importantes

Cabem a nós seres pensantes

Direcionar a nossa sina

Fazer a nossa vacina

Ter o mérito de analisar

Não devemos nos enganar

Com falsos profetas de deus

Muitos defendem interesses seus

E não querem se importar

Quanto você vai gastar

Pra encher sua poupança

Vendem e trocam esperanças

Sem com você se importar

O que importa é enricar

Nós temos é que entender

Pra onde vamos quando morrer?

Que o nosso paraíso de verdade

É o amor e a caridade

Que temos dentro do nosso ser.

AUTOR: JOABNASCIMENTO

DATA: 14/12/12

Recanto das Letras: JOABNASCIMENTO

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