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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Moribundo

Foto:gettyimages.com

Moribundo

Em cima do leito frio
Gelado que nem água do rio
Um moribundo a descansar
Corpo inerte, frio, velado.
Coração não pulsa parado
Pronto pra viajar

Imagino no meu cérebro pensante
Logo mais alguns instantes
Estará prestes a decomposição
Voltarás a ser terra
E assim ele encerra
Sua estadia e missão

Logo mais será destruída
Matéria podre e fedida
Nem mesmo a terra consome
O espírito ainda vive
O esqueleto até resiste
A carne os insetos comem

Aos insetos a fomenta
O sangue que nos alimenta
Através de nossas veias
Impelido pelo coração
Quando para é podridão
Tudo fede o que nos rodeia

Muitos não gostam de pensar
É tão difícil acreditar
O quão podre ainda somos
Seja lá no cemitério
Ainda vivo ou necrotério
Na riqueza ou abandono

 Acaba-se num instante
A nossa massa pensante
Que nos dá inteligência
Transforma-se em podridão
Sendo pai da evolução
Desafiando a ciência

Dá penas só em ver
Coitado daquele ser
Que menospreza seu irmão
Direto ou indiretamente
No passado ou no presente
É bem pior do que um cão

Na terra estamos vivendo
E na vida só colhemos
O que plantamos no mundo
Não passamos de vivo morto
Bem desperto ou absorto
Somos apenas moribundos.

AUTOR: JOABNASCIMENTO
DATA: 10/05/12
Recanto das Letras: JOABNASCIMENTO
Blog: joaobnascimento55.blogspot.com
Twitter:@ljoaobatista

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