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joaobnascimento

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Pobreza ou Sustentabilidade?

Pobreza ou Sustentabilidade?

Todo pobre é um artista
Procura toda invenção
Transforma lixo em luxo
Como faz um artesão
Tudo ele aproveita
Para uma ocasião

A mente fértil produz
Com sua criatividade
Transforma em objetos
Peças sem utilidades
O inútil vira útil
É grande a variedade

Uma camisa rasgada
Vira pano de chão
Vasilha de margarina
Serve de utilização
Uma louça quebrada
É peça de decoração

Pôr prego no cabresto
Da sandália ao romper
Usar palito de fósforo
Pra limpar dente ao comer
Esticar a ponta da língua
No vidro de creme e lamber

Pendurar com arame
O rolo de papel na parede
Remendar pano de coar
Costurar fundo de rede
Pedir um copo d'água
Fingindo estar com sede

Tênis calcinha e cueca
Secar atrás da geladeira
Usar fio de nylon
Pra consertar uma peneira
Tomar banho de chuva
De caneca ou mangueira

Tomar cerveja ou vinho
Em copo de requeijão
Usar como agenda
Papel de enrolar pão
Tapar vazamento de gás
Com sobras de sabão

Com tampa de caneta
Tirar cera do ouvido
Passar cuspe na raladura
Depois de ter caído
Dizer que está com fome
Depois de ter repetido

Usar garrafa descartável
Para poder plantar
Servir em copo de plástico
O Martini e brindar
Raspar a rapadura
Para o café adoçar

Lavar roupa e secar
Pendurada na janela
Usar massa durepox
Para tapar furo de panela
Deixa de comer no prato
Pra comer numa tigela

Colocar um papelão
Num sapato furado
Usar barbante como cinto
Manter o cós apertado
Comer açúcar com farinha
Diz estar alimentado

Misturar farinha no leite
Beber cambica de murici
Tomar ximbé de rapadura
Comer caroço de pequi
Tapioca com rapadura
Comer muito sapoti

Saco de supermercado
Não é mais descartável
Serve para pôr o lixo
Que não é mais reusável
O litro também vazio
Tem serventia durável

O pobre usa carvão
Para poder cozinhar
O gás de botijão
Ele não pode comprar
Guarda a sobra do almoço
Que serve para o jantar

As suas panelas velhas
De tirnas empretecidas
Sem alças pra segurar
Quase todas destruídas
Em uma vasilha qualquer
A comida é servida

Um caixote de frutas
É tamborete pra sentar
Uma rede de tucum
Serve pra se deitar
Um pedaço de lençol
Vira toalha pra se enxugar

Juntar finais de sabonetes
Um novo sabonete se faz
Pôr água no detergente
Para render muito mais
No extrato de tomate
O copo lhe satisfaz

Copos descartáveis
Viram lembrancinhas
Vidros de leite de côco
Decoram as cozinhas
Com flores no interior
Regadas de manhãzinha

A caixa de sapatos
Também tem utilização
Contas e comprovantes
Carnê da prestação
Toda sobra de tecido
É fuxico pra decoração

Abrir o tubo da pasta
E aproveitar o que sobrou
Amarrar perna de óculos
Com arame, pois quebrou
Consertar tiras de sandálias
Usando o grampeador

Calçar o sofá com pedra
Pet com água pra gelar
As sobras de carpetes
Como tapetes aproveitar
Papel com álcool no sapato
Para ele amaciar

Colar o dente quando cai
Para não ir ao dentista
Canecas de cervejas
Coleção na sala de visitas
Bombril na antena de TV
Para melhor ver seu artista

Reaproveitar as coisas
É ter criatividade
É cuidar bem do planeta
Com idéias de verdade
É manter a terra limpa
Através da sustentabilidade

O pobre não é bandido
Para ser discriminado
O pobre é trabalhador
Um lutador abnegado
Faz parte da sociedade
Por todos ser respeitado

Ser pobre não é defeito
O pobre tem por missão
De fazer a reciclagem
Pra não haver propagação
Ajudar nosso planeta
A livrar-se da poluição

O rico usa a mídia
Pra fazer propagação
Da sustentabilidade
E da recuperação
Para fazer reciclagem
Para dar sustentação

Como podemos crer
Se toda poluição
Das matas e dos rios
E toda oxigenação
É das usinas e indústrias
Que vem a destruição

O povo mal educado
Sem conscientização
Jogam lixos pelas ruas
Sem ter preocupação
Para combater o lixo
É preciso educação

Essa conscientização
Independe de dinheiro
Investir na educação
É objetivo primeiro
Quem gosta de sujar
Suja também seu chiqueiro.

Joabnascimento
29/08/18
Camocim Ce.

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