Foto: halloweenforum.com
Estátua Amante
A mulher estava
com o amante
Quando ouviu um
barulho de repente
Ela mais do que
depressa
Usou a
inteligência da mente
Com raciocínio
rápido
Estratégia
inteligente
Com um
pensamento mágico
Mandou-o ficar no
canto
Imóvel feito
modelo
Sem piscar o
olho um tanto
Parecendo uma
estátua
Com fisionomia
de um santo
Falou para o
amante
Ficar firme sem
se mexer
Começou uma
maquiagem
Para o marido
não ver
Com tinta e
roupa falsa
Pra ele não
perceber
Na cabeça pôs um
chapéu
Passou óleo em
todo corpo
Espalhou nele um
talco
Mandou o corpo
ficar torto
Na mão colocou
uma bengala
Aguentar o
desconforto
No amante todo
branco
Parecendo um
boneco
Fazendo pose de
santo
Pôs no corpo um
jaleco
Na boca pôs um
cachimbo
Na outra mão pôs
um caneco
O marido ao
entrar no quarto
Perguntou: o que
era aquilo?
Se ele estava
louco
Ou entrando num
asilo?
O que está
acontecendo?
Nem tudo está
tranquilo
Ela disse: é uma
estátua
Assim que eu vi
gostei
Igual a da casa
dos Almeidas
Fui à loja e
comprei
Parece até ser
real
Por ela me
apaixonei
Os dois tomaram
banho
E logo foram
deitar
Entre beijos e
carinhos
Logo estavam a
namorar
Entre gemidos e
sussurros
Depois da
preliminar
O amante já
cansado
Com tamanho
sofrimento
O corpo foi
obedecendo
O seu insano
pensamento
Ver os dois se
amando
Era maior o seu
tormento
Não podia se
mexer
Nem o olho podia
piscar
Tinha que ter
autocontrole
Pra poder não se
excitar
Mesmo assim não
teve jeito
O negócio veio levantar
As duas da
madrugada
A mulher estava
dormindo
O marido ainda
acordado
A televisão
assistindo
De olho naquela
estátua
Que estava ali
fingindo
De repente o
marido levanta
Dirige-se pra
cozinha
Faz um mexido de
ovos
Com verduras e
sardinha
Prepara um
sanduíche
Pra tomar com
uma latinha
Dirigiu-se para
a estátua
E falou
rispidamente
Ajeita-te seu
pilantra
Sei que você é
gente
Depois que tu
lanchar
Some da minha
frente
Come esse
sanduíche
De tí não tenho
rancor
Sou a estátua
dos Almeidas
Que minha mulher
falou
Lá nem serviram
um copo d’água
O corno me
ameaçou
Veste a roupa e
vai embora
Sem barulho de
fininho
Todo cuidado é
pouco
Pra não acordar
o vizinho
A mulher ouvindo
tudo
Fingindo está
dormindo
A estátua
rapidamente
Vestiu a roupa
pra sair
Quando ouviu o
marido ordenar
É pela janela
que vais fugir
Vira-te para
descer
Ou se joga pra
cair
Desce calmo
devagar
Cuidado com sua
vida
São apenas dez
andares
É mais fácil a
descida
Pra descer tudo
ajuda
O pior é a
subida
Depois que a
estátua saiu
O marido foi
deitar
Abraçou sua
mulher
Foi novamente
namorar
Ela sem nada
dizer
Começou a se
entregar
Passado uns dez
minutos
Uma sirene a
lamentar
Parou debaixo do
prédio
Os faróis todos
a piscar
Uma ambulância
de plantão
Mais um corpo
veio pegar.
AUTOR: JOABNASCIMENTO
DATA: 03/07/15
Recanto das
Letras: JOABNASCIMENTO
Blog:
joaobnascimento55.blogspot.com
Twitter: @ljoaobatista
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