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Malandros
Espertos
Dois amigos
inseparáveis
Todo dia estavam
num bar
Marcavam hora
exata
Pra beber e se
encontrar
Essa rotina já
tinha anos
Assim viviam a
vagar
Onde um estava
O outro estava
também
Era mais fácil
não os encontrar
Do que os
encontrar com alguém
De segunda a
domingo
Não tinham dó de
ninguém
Eles se achavam
espertos
Cada um mais
sabichão
Se testavam toda
hora
Em qualquer
ocasião
Tentando passar
a perna
E depois ter
mais razão
Todos que os
conheciam
Já foram por
eles testados
Na maioria das
vezes
Foram todos
enrolados
Raramente
existia alguém
Que não fosse
enganado
Certa vez
viajaram
Pro festejo de
uma cidade
Na esperança de
ganhar
Dinheiro com
facilidade
Fruto da
esperteza
Sabedoria e
malandragem
Eles eram bem
malandros
E também uns
trambiqueiros
Faziam qualquer
trambique
Também eram
arengueiros
Quando achavam
um inocente
Tomavam todo seu
dinheiro
Até entre os
dois
Existia uma
disputa
Qual era o mais
esperto?
Quem ia vencer
esta luta?
O fruto de todo
trambique
Era resultante
de truta
O outro passava
a perna
Se um desse
bobeira
Não existia
confiança
Muito menos
brincadeira
Cada passo dado
em falso
Era motivo de
zoeira
Na volta dessa
viagem
Aconteceu um
acidente
O ônibus deles
virou
Matando muita gente
Os dois muito
feridos
Ficaram muito
doentes
Os dois pra
variar
Não resistiram
aos ferimentos
Morreram no
mesmo instante
Com o mesmo
sofrimento
Partiram no
mesmo momento
Com destino ao
firmamento
Chegando lá no
céu
Foram visitar São
Pedro
Lembraram-se das
falcatruas
Ficaram cheios
de medo
De repente
apareceu
E foi logo
apontando o dedo
São Pedro falou
pros dois
Aqui não podem
entrar
Estão todos
muito sujos
Um banho vai ter
que tomar
Se lavem pra
falar comigo
Ou terão que
voltar
Ali fora tem
dois tambores
Um com merda
outro com mel
Quem fizer a
escolha certa
Poderá entrar no
céu
Ficarei vigiando
tudo
Não tomem banho
a granel
O primeiro mais
que depressa
Deu ao outro uma
rasteira
Escolheu o
tambor com mel
Não iria dar
bobeira
É melhor ficar
bem doce
Do que fedido a
vida inteira
O outro sem
alternativa
Na merda foi se
lavar
Muito sério e
irritado
Com a bobeira
que foi dá
Agora a sua
dívida
Teria que logo
pagar
Quando
terminaram o banho
Falaram: Pedrão
vem cá
Traga logo essa
toalha
Pois queremos
nos enxugar
O mau cheiro é
muito grande
Não consigo
respirar
São Pedro falou
com calma
Toalha ali não
haver
Pra eles se
enxugarem
E fazerem por
merecer
Provando a sua
amizade
Um ao outro tem
que lamber
A moral dessa
história
É que nem o fio
de uma navalha
Temos que viver
com honestidade
Não adianta ser
canalha
Todo malandro
muito esperto
Uma hora se
atrapalha.
AUTOR: JOABNASCIMENTO
DATA: 22/06/15
Recanto das
Letras: JOABNASCIMENTO
Blog:
joaobnascimento55.blogspot.com
Twitter: @ljoaobatista
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