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Recordações
Muito
humilde e muito honesta
Numa
cidade bem modesta
No
meu querido Ceará
Aprendi
com os meus pais
A
educação e humildade
O
respeito e honestidade
A
importância de trabalhar
Vivi
uma vida pobre
Com
atitude e respeito
Livre
do tal preconceito
Que
hoje reina na sociedade
Não
tive uma vida de luxo
Pois
o dinheiro não dava
O
pouco que meu pai ganhava
Saciava
a nossa vontade
Ia
pra escola a pé
Nem
bicicleta possuía
O
chão tão quente ardia
Era
tamanho o calor
Um
único par de tênis
Pra
sair e estudar
Jogar
bola e passear
Aprendi
a dar valor
Uma
única calça comprida
Umas
camisas de chitão
Alguns
shorts de algodão
Era
a minha vestimenta
O
bolso sempre vazio
Só
a vontade e o desejo
No
coração um latejo
Pra
acabar a tormenta
Não
tinha dinheiro pra entrar
Nas
festas e cinema
Acompanhava
as novenas
De
Francisco e Maria
A
noite saia pra orla
Encontrar
os amigos
Sem
dinheiro e bem querido
Jogava
bola de dia
Alguns
amigos da escola
Com
os pais endinheirados
Queriam-me
do seu lado
Apenas
para jogar
Na
vida social
Deles
não me aproximava
No
clube que frequentavam
Era
proibido entrar
Amava
a liberdade
De
sonhar com meu futuro
Tinha
medo do obscuro
E
também da incerteza
Aos
domingos ia a praia
Tomar
banho de mar
Lá
não pagava pra entrar
Pra
curtir a natureza
Nas
férias colegiais
Meu
avô me buscava
Pra
roça me levava
Na
garupa do seu cavalo
Amava
aqueles dias
Pois
curtia a vida rural
Não
existia nada igual
Aqueles
momentos raros
Brincava
de jogar bila
Esconde-esconde
e pião
Corrida
e garrafão
Do
peixe, arrancar olho.
As
meninas da redondeza
Ficava
a admirar
A
vontade era namorar
Tinha
medo de ficar de molho
Achava-se
muito inferior
De
beleza e vestimenta
Isso
lhe trazia tormenta
Recolhia-se
na sua timidez
Gostava
da solidão
Do
seu mundo interior
Se
sentindo inferior
Um
dia chegaria sua vez
Conheci
a bebida
Era
assim que me divertia
Até
que certo dia
Escutei
meu pai brigar
Com
minha mãe querida
Pois
ela me protegia
A
partir daquele dia
Melhor
vida iria alcançar
Iria
embora dali
Procurar
uma vida boa
Pois
viver ali à toa
Era
fracasso na certa
Meus
planos comigo guardei
Na
primeira oportunidade
De
sair da minha cidade
E
alcançar a minha meta
No
ano seguinte surgiu
Concurso
pra marinha
Era
a oportunidade que eu tinha
Pro
meu objetivo alcançar
Fiz
minha inscrição escondido
Sem
comentar pra ninguém
No
dia do concurso também
Fui
fazer sem avisar
Quando
saiu o resultado
Meu
nome estava na lista
Era
a primeira conquista
Pra
minha vida mudar
Quando
chegou próximo
Do
dia da minha viagem
Não
sei como tive coragem
Pro
meu pai comunicar
O
velho tomou um susto
Pois
não sabia de nada
Olhou-me
de cara assustada
Com
a notícia no seu ouvido
Receoso
eu perguntei
Se
ele podia me ajudar
Pois
precisava comprar
O
mínimo que era exigido
Chegando
o dia da partida
Pra
economizar o dinheiro
Peguei
carona primeiro
No
jipe de um amigo
Viajamos
a noite toda
Até
chegar a capital
Deixava
pra trás afinal
Um
pedaço do que tinha vivido
Pra
finalizar minhas lembranças
Que
trago no pensamento
Revivo
todos os momentos
Da
minha infância querida
Foi
base pra minha vida
Ser
hoje o homem que sou
Não
sou nenhum doutor
Mas
realizei os meus planos
Meus
sonhos não foram enganos
Que
um dia por mim tracei.
AUTOR:
JOABNASCIMENTO
DATA:
30/07/14
Recanto
das Letras: JOABNASCIMENTO
Blog: joaobnascimento55.blogspot.com
Twitter:@ljoaobatista
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