foto: emtempo.com.br
O Sertanejo
Na
sela do seu cavalo
O sertanejo se equilibra
Preparado para a briga
E pela vida lutar
Sob o sol escaldante do
nordeste
Do solo seco e quente do
agreste
Ele tira o sustento de
lá
No seu olhar o infinito
No seu rosto só
esperança
Sonhando que nem criança
Em um dia encontrar
Um pouco d’água e
fartura
Pra acabar com tanta
tortura
Que ronda o povo de lá
Naquele chão duro e
batido
Ele cavalga hora por
hora
Lembra-se do tempo de
outrora
Cada palmo daquele chão
Quando criança bem
menino
Já crescido e rapazinho
Em busca de água e de
pão
Da sua casinha de palha
Que o pai nem chegou a
acabar
Da sua mãe sempre a
rezar
Rogando chuva no chão
Da luta forte e
constante
Da mente não sai um
instante
O choro de fome dos
irmãos
Seus pensamentos viajam
Na velocidade da luz
Mas no peito ele conduz
Muita obstinação
Lembra com dor e saudade
De não ter tido
oportunidade
De uma boa educação
Conhece de tudo um pouco
Através da informação
Do seu radinho de mão
Que tem pra escutar
Longe de todos e de tudo
É feliz porem, contudo.
Não tem maldade no olhar
No chão duro daquela
terra
Ele cavalga todo dia
No rosto tristeza na
boca alegria
Com vontade de voltar
O sol na testa ardendo
A barriga de fome
gemendo
Mas a vontade de
continuar
Ele naquela terra seca
Com força e disposição
Adubando aquele sertão
Com vontade de vencer
Semeando aqueles grãos
Muito suor e calos nas
mãos
Um dia esperando chover
Mas a vida do sertanejo
Sem expectativa e futuro
É como bater a cara no
muro
Sem saber se vai vencer
Mas lá de cima deus é
nobre
Pra encorajar a vida do
pobre
Uma gota d’água faz
descer
Já é o suficiente
Pra sua vida melhorar
Pois uma gota faz vibrar
O fundo do seu coração
A fé não lhe abandona
Ao contrario é sua dona
É luz na escuridão
Se a cada segundo do dia
Uma gota caísse no chão
Dando vida aquele torrão
Uma árvore nasceria
Mas o sol volta a
queimar
A terra só tende a
tostar
A tristeza não traz
alegria
É duro ter que lembrar
A luta do homem e o
tempo
Pois o nosso pensamento
Só tristeza nos traz
Dos nossos passados
tristonhos
Só pesadelos e sonhos
Mas nada nos satisfaz
Falar do sertanejo
Dói a dor do coração
É como se o nosso chão
Se abrisse ao nosso
redor
Pois muitos de nós
esquecemos
A vida que um dia
tivemos
Talvez fosse bem pior
Deus fez a terra e a lua
Fez a natureza e o mar
Fez o campo pra nos
alimentar
Saciar as necessidades
Mas o homem e o
capitalismo
Só nos trouxe o egoísmo
Chagas da humanidade
Venho por obrigação
Inspiração divina
No corpo já tenho a
vacina
Pra do homem do campo
falar
Espero com sinceridade
Que essa nossa
humanidade
Tenha uma solução
Tirar dessa escravidão
Aquele homem rural
Livre do bem e do mal
Que nem sabe bem falar
Que trabalha para o
sustento
Desse povo tão sedento
Com toda alimentação
Mas juro de coração
Se eu tivesse o poder
Um dia só iria vencer
Quem ara e planta o chão.
AUTOR: JOABNASCIMENTO
DATA: 06/09/10
Blog:
joaobnascimento55.blogspot.com
Recanto
das Letras: JOABNASCIMENTO
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